Da redação: Elton Luiz Victória
A Delegacia de Repressão aos Crimes de Informática (DRCI) do Rio de Janeiro identificou o homem acusado de cometer crime de racismo numa rede social da cantora e funkeira Ludmilla nesta segunda-feira (23). O caso chama a atenção por ser mais um envolvendo uma artista famosa, todas mulheres.
O rapaz, identificado como Helder Santos, foi ouvido pela Polícia e confessou o crime na tarde desta terça-feira (24). Com o apelido de “Ogro”, a agrediu em forma de comentários por meio do perfil oficial de Lud no Instagram a chamando de “crioula nojenta”, “feia” e “macaca”.
O acusado será indiciado pelo crime de injúria preconceituosa e deverá ter a pena aumentada pelo fato do crime ter sido cometido na internet. O inquérito policial será encaminhado à Justiça.

Ludmilla postou um desabafo na internet após comentários racistas (Foto: Reprodução/Internet)
Em um dos posts com tom de nota, Ludmilla disse que bloqueou o rapaz após a onda de agressões gratuitas e contínuas. Disse também que ficou entristecida e que buscaria providências legais para denunciar o crime e tentar identificar o agressor.
“Meu escritório irá tomar as medidas necessárias para que esse crime não fique impune e não se repita com outras pessoas. O racismo envolve preconceito e discriminação. Temos que dar um basta a qualquer tipo de preconceito e não podemos permitir essa falta de respeito e amor ao próximo”, postou Ludmilla.

Reprodução/Youtube
Segundo a cantora, esta não é a primeira vez em que sofreu ataques com comentários racistas. No carnaval deste ano, Ludmilla teve seu cabelo chamado de “esponja de aço” pela socialite Val Marchiori durante uma transmissão ao vivo pela Rede TV. Ainda hoje, a imprensa noticiou que a partir de agora a cantora não poderá mais ser citada por nenhum programa do canal em decorrência de um processo que ela move contra a empresária.
Recentemente, as atrizes Taís Araújo, Chris Vianna e Sheron Menezzes, além da jornalista Maria Júlia Coutinho, a Maju, do Jornal Nacional, todas da TV Globo, também sofreram ataques racistas envolvendo preconceito racial por rede social. Em março passado, uma operação da Polícia Civil cumpriu 11 mandados de busca e apreensão e prendeu quatro suspeitos de encabeçar um grupo que cometia tais crimes.
A atriz Taís Araújo foi uma das primeiras a denunciar o caso. Na ocasião, ela fez questão de deixar os comentários na página para chamar atenção para o crime. “Eu não vou apagar nenhum desses comentários. Faço questão que todos sintam o mesmo que eu senti: a vergonha de ainda ter gente covarde e pequena neste país, além do sentimento de pena dessa gente tão pobre de espírito”, escreveu a atriz que também denunciou o fato à DRCI.
A jornalista da TV Globo Maria Júlia Coutinho foi vítima do mesmo crime em julho; a atriz Cris Vianna sofreu ataques racistas em novembro de 2015; e Sheron Menezzes recebeu ofensas on-line em dezembro de 2015.