Da redação: Elton Luiz Victória
EXCLUSIVO. A Polícia prendeu na manhã desta quinta-feira (23) o acusado do assassinato de Alef Behrendt Pereira, 20, encontrado morto ontem com marcas de pancadas na cabeça no bairro São Luís em Santa Maria de Jetibá. Após uma denúncia anônima, policiais civis e militares chegaram à André Santana Marques (foto), 22 anos, ajudante de serviços gerais. Indígena, ele era de Aracruz e estava morando no bairro de Vila Jetibá.
André estava escondido na casa de seu cunhado, Cledismar Pedro de Brito, que procurado disse à Polícia que o parente estaria na localidade de São Sebastião de Belém, onde foi preso quando estava ingerindo bebida alcoólica em um bar da região.
De acordo com o titular da Delegacia de Polícia (DP) delegado Carlos Tadeu Carvalho de Menezes o crime foi causado por uma dívida de apenas R$ 30 reais. “Ainda vamos aguardar o laudo médico legal com o resultado da perícia, que deve sair em até 15 dias para fechar os inquéritos. A investigação continua, pois ainda faltam esclarecimentos, mas tudo indica que foi por isso mesmo. Posteriormente, providências serão tomadas junto ao judiciário”, disse.
Rapaz era usuário de crack e morreu devido a uma dívida de R$ 30
Durante o depoimento André disse que na última sexta-feira (17), estava sentado sozinho no Bar da Nete. Por volta de 22h já havia tomado quatro ‘litrões’ de cerveja divididos com outros colegas. Ele disse que os amigos também consumiam da mesma bebida, mas ninguém o ajudava a pagar. Alef então aparece de outro bar, já bêbado e com uma pedra de crack em mãos. André queria que Alef dividisse a pedra com ele, mas a vítima não teria aceitado.
André contou que o rapaz lhe devia R$ 30 reais há pelo menos um mês. O acusado se desapontou com o “não” que recebeu e disse à Polícia que se ele tinha dinheiro para comprar droga não poderia ficar sem pagar o dinheiro que estava lhe devendo. André não soube dizer o que Alef iria fazer com o dinheiro emprestado. A vítima então chamou o acusado para que fossem consumir a droga no matagal onde o corpo foi encontrado. Alef foi primeiro. André pagou a conta do bar e, de mochila, logo depois, tentando despistar pessoas presentes no local seguiu para o local. Nervoso, se aproximou do garoto, que sentado na ribanceira em meio ao matagal já consumia a droga e desfere uma pancada violenta com um tijolo encontrado no local. Como Alef não morreu na hora, André ainda bateu pelo menos mais sete vezes até ter certeza da morte do rapaz.
Preso, confessou espontaneamente o homicídio. Um mandado de prisão foi expedido pelo juíz de direito da comarca do município para garantir a prisão do acusado, uma vez que o crime foi hediondo. Devido à Lei Eleitoral, desde terça-feira passada (21) até 48h após o fim do segundo turno, no domingo (26), nenhum eleitor pode ser preso no país. As exceções são para os casos de prisão em flagrante, desobediência a regras de salvo-conduto e condenação em crime inafiançável, como racismo ou tortura. A proibição da prisão de eleitores e candidatos está prevista no artigo 236 do Código Eleitoral (Lei nº 4.737/1965).
Alef foi encontrado no bairro São Luís próximo a um muro ao lado da Rodovia ES 355 em um matagal com bambus por volta de 09h da manhã desta quarta-feira (22) quando um pedestre do bairro percebeu o mau cheiro causado pela decomposição do corpo. O local fica por cima de um centro esportivo do bairro em uma ribanceira. O local é conhecido por ser utilizado com frequência por usuários de entorpecentes.
Corpo foi encontrado ontem (22). Mãe disse que filho tinha temperamento nervoso
O jovem desaparecido desde a última sexta-feira (17) foi encontrado morto por volta das 12h desta quarta, 22, no bairro São Luis. Alef Behrendt, 20 anos, conhecido como “Bodão”, estava junto de outros dois amigos em um bar no bairro São Luís em Santa Maria de Jetibá quando foi visto pela última vez.
Oldina morava com o filho e disse que ele tinha comportamento agressivo. “Era sempre muito nervoso, eu não podia falar nada, era sempre muito estressado. Apesar disso nunca apanhou nem se envolveu em brigas. Brigávamos um pouco em casa, mas era normal”. Ele já teria saído de casa por diversas vezes e retornado até dois dias depois. O rapaz possuía passagem pela polícia por envolvimento com drogas. “Andava em más companhias. Infelizmente tudo indica de que ele seja usuário, pelo comportamento, atitudes e o dinheiro que ganhava nunca dava para nada. A mãe é sempre a última a saber, e nunca quer acreditar nisso”, comentou desolada.