A Copa América terminou no domingo (8) com festa para a Seleção Brasileira, que voltou a ser campeã depois de 12 anos. Com a vitória por 3 a 1 sobre o Peru, no Maracanã, o Brasil quebrou o jejum que durava desde 2007.
O título foi ainda mais especial para Richarlison. De vendedor de picolé e bombons dos 12 aos 15 anos em Nova Venécia, o atacante revelado pelo Real Noroeste, de Águia Branca, chega aos 22 anos podendo se orgulhar de um feito e tanto: fazer gol em uma final pela Seleção Brasileira.
Foi dele, de pênalti, o terceiro gol do Brasil, já aos 45 minutos do segundo tempo. “Meu primeiro gol no Maracanã foi de pênalti, justamente naquela trave”, lembrou o capixaba, citando o gol que fez pelo Fluminense no empate em 2 a 2 com o Vitória/BA no dia 28 de outubro de 2016, pelo Brasileirão.
O atacante se junta a dois capixabas que foram campeões da Copa América: o ex-meia Geovani, em 1989; e o ex-goleiro Carlos Germano, em 1997.
Richarlison começou o torneio como titular, mas perdeu a posição no terceiro jogo da Seleção, contra a Venezuela, pela fase de grupos.
Depois, diagnosticado com quadro de caxumba, ficou isolado no hotel em Porto Alegre e não foi relacionado para a partida contra o Paraguai, pelas quartas de final.
Richarlison, no entanto, se recuperou e voltou a se juntar ao grupo em Belo Horizonte, dois dias antes do jogo contra a Argentina, pela semifinal. Na partida de domingo, saiu do banco aos 29 minutos do segundo tempo para substituir Firmino e pediu para bater o pênalti sofrido por Everton.
Antes, o Peru abriu o placar aos 14 minutos do primeiro tempo, com Everton completando cruzamento de Gabriel Jesus. O Peru empatou com Guerrero, de pênalti, aos 43. Mas Jesus recolocou o Brasil na frente aos 47, depois de boa jogada de Arthur.
No segundo tempo, Jesus foi expulso aos 24 minutos. O jogo ficou tenso até Everton sofrer pênalti e Richarlison fechar a conta.
Gol vai para dona Julita
A convocação para a Copa América, anunciada pelo técnico Tite no dia 17 de maio deste ano, foi comemorada quando Richarlison estava com a família em Nova Venécia. De lá, ele fez a promessa de fazer um gol e dedicá-lo à bisavó, dona Julita, de 87 anos.
Promessa que foi cumprida ontem. Com uma bela dose de descontração. A emoção foi tamanha que o atacante capixaba esqueceu o nome da bisavó. “Comemorei minha convocação e falei que o gol seria para minha bisavó. Então, queria dedicar esse gol para ela. E para a minha família… esqueci o nome dela (bisavó)”, soltou Richarlison, aos risos:
“Agora esqueci (o nome)… é muita emoção, não consigo lembrar. Importante é que deu pra fazer o gol para ela”. Logo depois, ele voltou à zona mista para interromper a entrevista do volante Casemiro e lembrar o nome da homenageada: “É Julita”.
Recuperação
Richarlison termina a Copa América em alta, campeão logo em sua primeira competição oficial pela Seleção. E superando a caxumba que quase o cortou da competição.
“É especial, é a minha primeira competição, ainda mais aqui em casa. Muitos deram a Copa América como terminada para mim porque tive a doença. Tive fé e coragem e, mesmo com a dificuldade, estava com pensamento de entrar em campo e jogar. Todo dia, acordava e ia direto para o espelho para ver se o caroço (da caxumba) diminuía”, contou o camisa 21.
Ele disse que sentiu que faria um gol na decisão de ontem: “Falei com o Miranda, antes de entrar, que se eu entrasse eu ia ‘guardar’.”
Fonte: Tribuna Online.