Criada em 2009 pelo Instituto Brasileiro da Cachaça (Ibrac), o Dia Nacional da bebida, que é comemorado nesta quinta-feira (13), é uma homenagem a produção nacional e a segunda bebida alcoólica mais consumida pelos brasileiros.
Em janeiro deste ano, a cachaça capixaba Princesa Isabel Aquarela, fabricada no município de Linhares, norte do Estado, garantiu o primeiro lugar na linha branca do produto, no 3º Ranking da Cúpula da Cachaça, que elegeu as 50 melhores do Brasil, publicado no jornal Estadão, de São Paulo.
Além disso, a cachaça linharense angariou, nos últimos anos, colocações significativas para o Espírito Santo na Expo Cachaça, também em São Paulo, na Alemanha e em Londres, na Inglaterra.
Premiações não faltam a outras marcas capixabas. Em 2016, uma das cachaças produzidas pela “Reserva do Gerente”, que é sediada no Recanto da Sereia, em Guarapari, foi escolhida como a segunda melhor do Brasil. O evento reuniu as 50 bebidas mais bem votadas pelo público dentro de um universo de 250 cachaças. A escolha das melhores foi realizada durante uma prova às cegas, onde os degustadores especializados elegeram as melhores marcas do mercado brasileiro, entre brancas e envelhecidas.
Espírito Santo
A produção capixaba ultrapassa 20 milhões de litros por ano, já contabiliza mais de 100 destilarias em todo o Estado e vários alambiques artesanais.
Produção nacional
A produção brasileira é exportada para mais de 60 países, sendo um dos quatro destilados mais consumidos em todo mundo. A data de 13 de setembro foi escolhido por fazer referência ao dia no qual a Corte Portuguesa assinou a permissão para a comercialização da Cachaça no Brasil – 13 de setembro de 1661 – impulsionada pela Revolta da Cachaça, que levou à legalização da bebida, proibida na época.
Origem
Embora haja muitas Histórias pitorescas sobre o marco zero da Cachaça no Brasil, há duas versões que tentam explicar alguns fatos que precederam o início da destilação, há aproximadamente 500 anos. A primeira, mais aceita, relata que os portugueses, acostumados a tomar a bagaceira, destilado de casca de uva, improvisaram uma bebida a partir da fermentação e destilação de derivados do caldo da cana-de-açúcar, que produzia o mesmo efeito prazeroso do destilado português.
A outra versão conta que, nos engenhos de açúcar, durante a fervura da garapa para fazer o açúcar, surgia uma espuma que era retirada dos tachos e jogada nos cochos dos animais. Com o tempo, o líquido fermentava e transformava-se num caldo, a que se dava o nome de “cagaça”, que parecia revigorar o gado, que frequentemente ia consumi-lo. Percebendo esses efeitos, os escravos experimentaram e passaram também a bebê-lo. Como os portugueses já conheciam as técnicas de destilação com alambiques, começaram a destilar o mosto fermentado da cagaça, provavelmente também do melaço, subproduto da produção de açúcar, e do próprio caldo de cana dando origem à Cachaça – a aguardente de cana brasileira.
Utilização
A cachaça excede como base para coquetéis, em especial aqueles com frutas, além da utilização do destilado na tradicional e conhecidíssima caipirinha que, em 2018, completa 100 anos – um drink refrescante e saboroso que, para ser autêntico, deve ser feito exclusivamente com cachaça.
A versatilidade da bebida na coquetelaria vem se mostrando igual ou mesmo superior a da Vodca, do Gin ou do Rum. Tanto é que vários bartenders a utilizam para reinventar drinks famosos, tais como o Mojito, Dry Martini e a Margarita.
Exportação
Dos mais 60 países importadores da cachaça brasileira, o principal deles são os Estados Unidos, que detêm 17,69% do total exportado, seguidos da Alemanha, com 17,44%.
Os principais estados produtores no Brasil são São Paulo, Pernambuco, Ceará, Minas Gerais e Paraíba. Entre os principais estados consumidores destacam-se São Paulo, Pernambuco, Rio de Janeiro, Ceará, Bahia e Minas Gerais.
História
O Dia Nacional da Cachaça foi criado em 2009 pelo Ibrac em homenagem à data em que a bebida passou a ser oficialmente liberada pela Coroa Portuguesa para fabricação e venda no Brasil: 13 de setembro de 1661. A rebelião ocorrida no Rio de Janeiro à época, conhecida como a Revolta da Cachaça, levou à legalização da bebida, proibida até então.
A produção de cachaça vem se mantendo estável nos últimos anos. A capacidade instalada de produção atinge 1,2 bilhão de litros e, de acordo com o Ibrac, a produção girou em torno de 700 milhões a 800 milhões em 2017.
Em termos de consumo doméstico, os números apontam para 510 milhões a 520 milhões de litros por ano, o que corresponde a 72% do mercado de destilados no país. “E a estimativa para este ano é que continue o mesmo”.
Fonte: Folha Vitória.