Sustentável, confortável, podendo ser usado por até 12 horas sem prejuízo à saúde, o coletor substitui absorventes externos e internos.
Antigamente “nos seus dias” as mulheres ficavam reclusas e escondidas. Sentiam-se e eram tratadas como imundas no período. Talvez a bíblia explique isso: “Deus determina que toda mulher menstruada é imunda e pecadora. E será imundo tudo o que ela tocar.”( Lv 15:19-23); Um homem que fazer sexo com uma mulher menstruada será imundo por sete dias.”(Lv 15:24); “Nem mesmo olhe para uma mulher menstruada”. (Lv 18:19) e por aí vai os absurdos relacionados a feminilidade. Mas como sempre, dava-se um jeito de poder viver em suas regras seja com paninhos ou com outros materiais que lhe permitisse ser livre. O tempo passou, e na década de 30 surgiu o coletor menstrual, que por incrível que pareça, só agora anda tomando espaço na vida das mulheres, onde outras se quer, ouviram falar.
O coletor menstrual é um “copinho”, desenvolvido para coletar o fluxo internamente. É reutilizável, podendo ter vida útil de até 10 anos. Existem diversas marcas e modelos no mercado que atende a diversas implicações femininas, como colos altos ou baixos, fluxos intensos ou menores, com filhos ou não. “Com o seu uso, o mau cheiro existente com os absorventes normais desaparece, isso por que, não há contato do sangue com o ar”, explica a ginecologista Margarete de Siqueira Silva. Para ela o ato de inseri-lo ou retirá-lo não é tão difícil quanto à higienização. “Muitas podem não limpá-lo corretamente, o que implica em riscos e pouca durabilidade.” É necessário lavá-lo em água corrente há cada troca, se possível usar sabonete neutro. No inicio e no fim do ciclo esterilizá-lo. Para introduzi-lo é necessário que se conheça onde fica colo do útero para um perfeito encaixe. Na hora de retirar, basta fazer uma pequena força pélvica, amassar a sua base com o dedo e puxá-lo. “Essa força pélvica não tem nada de parecido no quesito de afrouxar o períneo como algumas vezes acontece na hora do parto, é uma força bem menor, que não traz prejuízo à região íntima”, explica a ginecologista.
Com uma menstruação normal, a mulher chega a gastar dos 11 aos 45 anos, cerca de 10.000 absorventes que demoram a se decompor na natureza. O coletor além de ser mais saudável, sustentável, higiênico e libertador, traz uma economia mensal. Para Margarete, “talvez a única contra indicação seja para mulheres que tenham um grande alargamento de períneo, no qual não conseguiriam segurar o coletor. O que pode ser resolvido com uma cirurgia. Para virgens que não queiram perder o hímen, pode não ser uma boa opção”. O preço varia entre R$80,00 e R$100,00, sendo mais fácil comprá-lo pela internet em sites confiáveis.
Por Marcinete Aparecida Pereira Leite Lima